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Listas de Observação e Cartas de Busca

 

LISTA de OBSERVAÇÃO (.PDF, ~270KB) - Organizada alfabeticamente (abrev. constelações) e actualizada, inclui descrições e comentários. Procura elencar alvos diversificados e interessantes, observáveis por binóculos ou telescópios modestos na nossa latitude. Alternativamente, uma lista abreviada (.PDF, 878KB) resume os melhores objectos binoculares. Também disponíveis uma pequena lista de estrelas duplas, variáveis e de carbono (.PDF, 657KB) e as conhecidas listagens SAA100 e Herschel 400. Sucinta bibliografia elenca alguns títulos (em Inglês) que consideramos muito interessantes neste contexto prático.

- Estrelas duplas interessantes (algumas não observáveis da nossa latitude). Lista coligida por Brian Jones no Yearbook of Astronomy 2023 (Pen & Sword Books, 2022); .PDF, 312KB.

CARTAS DE BUSCA - Exportadas pelo excelente programa GUIDE (projectpluto.com), exemplo (anotado) na imagem seguinte. O recurso a círculos (e.g., Telrad) permite medir facilmente o campo de visão (FOV) e facilita o "percurso". A magnitude limite é variável (cartas disponibilizam escala), bem como a área mapeada. Destinadas a uma abordagem prática "intermédia", para quem já conhece razoavelmente as constelações e pretende localizar alguns dos objectos elencados nas supramencionadas listas.

- Os mapas estão disponiveis em formato .PDF para impressão A4, listados alfabeticamente por constelação, seguindo abreviaturas oficiais. Os títulos dos ficheiros descrevem região/ objectos mapeados. N.B.: por vezes é mais fácil encontrar um determinado objecto a partir de uma constelação adjacente (vide título de alguns ficheiros, e.g., CAP - localizacao M75 (SGR).pdf).

- Noção de escala através de círculos "Telrad" (diâmetros: 0.5º/2º/4º) ou outras eventuais aberturas, devidamente identificadas.

- No caso do mapa da região de B142-3 (Barnard's E ou E-Nebula), o programa GUIDE não desenha os outlines deste objecto 'escuro', como acontece aqui, no URANOMETRIA 2000.0. Todavia, o ideal é visualizar esta região numa boa fotografia (autor: Tone Spenko), sabendo que o contraste é aqui maximizado.

- Enxame de galáxias de VIRGO/COMA: o arquivo VIR-COM Enxame.pdf (4.3MB) integra 2 conjuntos de mapas (A e B). O conjunto A funciona como guia e identifica as cartas do conjunto B, onde os objectos são mapeados com maior detalhe, com enfoque nos que pertencem ao catálogo Messier. Mapas possuem grelhas de coordenadas equatoriais e círculos de abertura. É comum começar o star hop na região intermédia, a partir da estrela Rho Vir (exemplo), prática que se afigura facilitadora pois permite localizar M49 e M87, duas das galáxias mais destacadas. Uma das abordagens cartográficas mais sucintas que conhecemos é esta (.PDF, 505KB), do Celestial Atlas Menor de K. Graugh (Ken Press, 2015).

 

LISTAGENS...

Charles Messier (1730-1817), conhecido como "Le furet des comètes", compilou muitos dos objectos "nebulosos" previamente conhecidos e outros entretanto descobertos por si ou por colegas. A sua primeira listagem de 1771 reuniu somente 45 objectos. A última versão de Messier, impressa em 1781 no almanaque La Connaissance des temps, ou connaissance des mouvements célestes, pour l'année bissextile 1784 (Paris, Imprimerie royale, arquivado no Gallica, acervo da BnF), terá 102 objectos. Disponibilizamos as páginas relevantes com as descrições originais de Messier (.PDF, ~10MB).

O célebre catálogo colige quase todas as mais notáveis "nebulosidades" encontradas entre as estrelas, numeradas e antecedidas pelo prefixo 'M'. O primeiro objecto, M1 (conhecida como Crab Nebula depois de observada e desenhada por Lord Ross nos anos de 1840), é, como hoje sabemos, o remanescente de uma supernova observada entre 1054 e 1056 por astrónomos Chineses, vide o periódico especializado T’oung Pao, vol.XXXVI (Brill, 1939), p.174. A versão actual do catálogo, completada postumamente a partir de anotações originais (e alguma especulação), totaliza 110 objectos. O catálogo definitivo devia, em rigor, terminar no nº 103 (sendo M91 um objecto em falta e M102 um erro de atribuição), vide Glyn Jones, Kenneth, Messier's Nebulae and Star Clusters, American Elsevier Publishing Company, 1969, p.36. Esta tabela elenca todos os objectos, crédito e data da descoberta (Stoyan, R., et al., Atlas of the Messier Objects: Highlights of the Deep Sky, Cambridge University Press, 2008, p.37).

Tudo começou de modo contingente. A investigação de Messier não procurava deliberadamente essas nebulae (como eram designadas todas as "manchas" difusas observadas), mas sim a descoberta de cometas, esses antigos e perturbadores veículos de caos e presságios, doravante enquadrados num novo entendimento do "Sistema do Mundo" newtoniano e das suas dinâmicas orbitais. As listas precursoras coligidas por Hodierna ou De Chéseaux tiveram escassa divulgação. Entretanto, a catalogação destas "manchas nebulosas" ganhará alguma relevância e a publicação do catálogo alargado de Messier será considerada "ouvrage qui manquoit à l'Astronomie". O século XVIII assiste a um enorme desenvolvimento da observação do céu e são coligidas listagens cada vez mais extensas que alicerçam ulteriores catálogos, nomeadamente a sistemática catalogação sequente levada a efeito pelos célebres Herschel (William, a irmã Caroline e depois o seu filho John). Friedrich Wilhelm Herschel (angliciz. William Herschel), 1738–1822, nasceu em Hannover numa famĺia de músicos mas partiu para Inglaterra onde se interessou pela Astronomia e pela construção de equipamentos reflectores, garantindo prestígio com a descoberta de Úrano (que inicialmente se acreditou ser um cometa) e como observador incansável, metódico e proficiente. Inaugurou a astronomia sideral, estudará a estrutura da Via Láctea e será o primeiro astrónomo a catalogar as nebulae sistematicamente.

Stuart Clark refere a incansável abordagem "taxonómica" de Herschel, que tudo classifica e categoriza, na senda dos filósofos naturais coevos: His approach owed a debt to the scholars of natural history, many of whom he had rubbed shoulders with at the Bath Philosophical Society. As the natural historians set about studying the flora and fauna of the world they lived in, building up the taxonomy of classes and species, so Herschel decided to do the same with the Universe. (The Sun Kings: the unexpected tragedy of Richard Carrington and the tale of how modern astronomy began, Princeton University Press, 2009 (2007), p.27). Todavia, considera que o astrónomo é pouco rigoroso em muitas das suas conclusões, Incansável observador e catalogador, artífice óptico de excelência mas demasiado especulativo e conjectural nas suas teorias e sem o estofo teórico e científico de muitos cientistas seus contemporâneos. Afirmava, sem pestanejar, que conseguia observar as estrelas como círculos: “Round as a button.” (Clark, Op. cit., p.26).


- Tabela - primeiras observações documentadas dos objectos do catálogo de Messier no importante estudo de Kenneth Glyn Jones (Op. cit., .PDF, 294KB, em Inglês; N,B.: na entrada do objecto nº43, onde se lê "De Maivan" deve ler-se "De Mairan"). Para uma exposição mais recente, extremamente completa, vide Ronald Stoyan, Op. cit., 2008.

Hotel de Cluny 
O chamado Observatoire de la Marine, estrutura de madeira e vidro instalada por Joseph-Nicolas Delisle, tutor de Messier, no topo da torre visível sobre o lado direito no Hôtel de Cluny (na época escrevia-se "Clugni"), Paris. Local das célebres observações de Messier, a cúpula foi entretanto desinstalada. (Ilustração: "D'après Saint-Victor, Tableau de Paris", in: L'Astronomie : revue mensuelle d'astronomie, de météorologie et de physique du globe et bulletin de la Société  la Société Astronomique de France, 31º année, p.387; Novembre 1917). À direita, retrato de Charles-Joseph Messier (gravura publicada em 1801). Segundo Owen Gingerich, o telescópio favorito do astrónomo era um reflector gregoriano (com dois espelhos côncavos, desenho inventado pelo escocês James Gregory) que ampliava 104x, com 32 polegadas de comprimento e 7.5 (~ 19cm) de abertura, sendo que utilizou diversos outros equipamentos, com aberturas modestas, adequados à localização de cometas (vide resenha histórica do catálogo, interessante memória biográfica e bibliografia por Owen Gingerich, in Mallas, J. H., & Kreimer, E., The Messier Album, Sky Publishing Corporation, 1978 (Cambridge University Press, 1979), adapt. de artigos publicados por Gingerich nas 
edições de Ago. e Set. de 1953 e Out. de 1960 da revista Sky&Telescope).

 
Curiosamente, a listagem Messier inclui as Plêiades (M45), o Praesepe (M44) ou a Nebulosa do Orionte (M42) mas deixa de fora, por exemplo, o Enxame Duplo de Perseus, as Híades, o vistoso (todavia meridional) NGC6231 em Scorpius, a galáxia NGC253 em Sculptor ou o célebre Coathanger (Cr399, em Vulpecula). [NGC e Cr são catálogos mais recentes que referiremos adiante nesta página.] Entretanto, são incluídos objectos  "difíceis" (em especial resultantes das observações do seu colega Pierre Méchain, e.g., M74, M97, M101) ou asterismos diminutos e equívocos como M40 e M73.

O sucesso desta listagem reside no facto de, incidentalmente, incluir quase todas as "maravilhas", observáveis a partir do Hemisfério Norte, com binóculos ou telescópios modestos (não foi a  motivação original). Incontornável, será uma referência na observação do céu profundo (que com a tomada de consciência da escala do Universo se tornou a mais importante). Heterogénea e diversificada é, apesar de tudo, a listagem base de qualquer astrónomo amador. A sua importância é atestada pela prevalência das designações "M" nos atlas e, em geral, no universo do discurso da astronomia observacional. Messier foi um observador cuidadoso que procurava sempre efectivamente observar, descrever e confirmar os objectos a elencar, bem como as suas coordenadas, dando sempre crédito ao "descobridor" original, caso não fosse descoberta sua. A sua listagem á muito mais rigorosa do que a de rivais como, por exemplo J, Elert Bode, A influência de Messier revelou-se duradoura, paradoxalmente ignorando as suas descobertas cometárias.

 

Resumo Histórico (guiado pela exposição de Stoyan, R., et al., Op. cit., 2008, pp. 26-7)

Para os astrónomos antigos e medievais, os escassos objectos não estelares conhecidos eram algo estranhos. Pouca atenção lhes foi dedicada, com excepção das Plêiades, importantes nas mitologias e calendários agrários de diversas culturas. As "nebulae" foram raramente referidas. Hiparco (c. 130 a.C.) somente menciona três: as Plêiades (já referidas pelos "arcaicos" Homero e Hesíodo), Nephelion (actual M44 no catálogo de Messier) e, finalmente, uma mancha nebulosa em Perseus (que hoje conhecemos como o "Enxame Duplo").

Nephelion (Hip. 1.10), a "pequena nuvem", que Aratus (c. 270 a.C.) conhecia como Akhlys ("névoa"), será o Praesepe ("mangedoura") da época romana. Plínio (Nat. Hist., 18.353) escreve "nubecula quam praesepia vocant" e surge nas descrições posteriores como nebula (ou nebulosa) "in pectore Cancri", assinalando a sua localização; em conjunto com duas estrelas ténues adjacentes (os Aselli) figuram copiosamente na tradição da previsão meteorológica, v. Ptolomeu (Alm., 7.5 e Tetr., 2.14.9). Geralmente quando se tornava ténue augurava chuvas e mau tempo.

O influente catálogo de Ptolomeu inclui sete objectos deste tipo "nebuloso" mas somente três são genuínos (e não configurações fortuitas ou estrelas não resolvidas): os actuais M7, M44 e o referido enxame em Perseus. Nem sequer os conspícuos objectos M31 (a Grande Galáxia de Andrómeda) e M42 (Nebulosa do Orionte) são referidos. A primeira referência à Galáxia de Andrómeda (também descrita como "uma pequena nuvem") chega-nos pelo astrónomo persa Al-Sufi (séc. X) e a Nebulosa do Orionte terá de esperar pela observação telescópica do séc. XVII (tendo inexplicavelmente "escapado" às observações telescópicas pioneiras de Galileu). Nesta época, Nicolas-Claude Fabri de Peiresc é o primeiro a observar M42 e Simon Marius observa e documenta M31, que à data era ainda desconhecida na Europa.

Entretanto, Giovanni Batista Hodierna (1597–1660) fará uma série de descobertas. A sua lista de dezanove objectos contém nove descobertas genuínas: os futuros M6, M36, M3 , M38, M41, M47 e talvez M33 e M34. Todavia, as suas anotações permaneceram esquecidas e só foram redescobertas no séc. XX. Em 1647, Johannes Hevelius publicou um vasto catálogo estelar, compilado sem recurso a observação telescópica, onde incluiu catorze objectos "nebulosos", quase todos retirados de Ptolomeu. O Inglês William Derham traduziu esta lista e suplementou-a com os objectos M7 e NGC6231 (em Scorpius). A lista chegou ao conhecimento de Messier mas, atendendo a que muitos objectos não eram "reais" ou credíveis, somente um acabou no seu catálogo enquanto M40 (observado pelo Francês como uma simples e ténue estrela dupla). Entretanto foram telescopicamente descobertos os futuros M22 por Johann Abraham Ihle (1665) e M11 por Gottfried Kirch (1681). O Inglês Edmond Halley descobre a partir de Santa Helena (no Atlântico Sul) o magnífico enxame globular Omega Centauri (demasiado austral, não observável na latitude de Paris) e, a partir de Inglaterra, o futuro M13 (Hercules). Com o aperfeiçoamento dos telescópios, outras descobertas, de diversos astónomos, se seguiram. Entre estes, o Suíço Philippe de Chéseaux (1718-1751) listará vinte e um objectos (oito destes novas descobertas) mas a sua lista não foi publicada. Nicolas Louis de Lacaille (1713-1762) compilará uma lista de quarenta e dois objectos como subproduto da sua investigação dos céus austrais. Esta lista, pela metodologia e precisão posicional, servirá como exemplo para o catálogo de Messier. O contemporâneo Le Gentil (1725–1792), cuja lista será publicada apenas em 1755, também fez algumas descobertas. Os últimos "objectos Messier" foram um contributo de Pierre Méchain (1744-1804), sagaz observador e jovem colega de Messier.

Alguns lapsos nas coordenadas ou nas descrições criaram ambiguidade quanto a alguns objectos. Glyn Jones chamou-os The missing Messier Objects ("os objectos perdidos de Messier"). As entradas suplementares que foram adicionadas às 103 originais já no séc XX (a partir de anotações de Messier numa cópia pessoal do catálogo e também de informações fornecidas por documentos do punho de Pierre Méchain) geraram consenso, excepto no caso de M102. Méchain afirmou (numa carta impressa em Berlim, 1786) tratar-se de uma duplicação. Todavia, Messier ao confirmar as descobertas do colega pode ter encontrado autonomamente outro objecto, hoje considerado por muitas fontes o "verdadeiro" M102 (equivalendo ao objecto 5866 do posterior NGC, "The New General Catalogue of Nebulae and Clusters of Stars").

Entretanto surgiram catálogos maiores e mais completos. O incontornável William Herschel (1738-1822), com a infatigável colaboração da sua irmã Caroline (1750-1848), compilou um acervo que ultrapassava os 2500 objectos. O seu filho, o polímata John Herschel (1792-1871), mapeará objectos austrais a partir do sul de África (Table Mountain), publicando o General Catalogue of Nebulae and Clusters (primeira edição é de 1864) que expande o Catalogue of Nebulae do seu pai. Estes catálogos são os precursores do vasto New General Catalogue (NGC) de J. L. E. Dreyer (1852-1926), compilado a partir de 1888 e actualmente utilizado.

O telescópio de 40 pés (distância focal) de William Herschel (The New York Public Library Digital Collections)

F. W. Herschel (1738-1822), retrato por Lemuel F. Abbott, 1785 (National Portrait Gallery, London: NPG 98)

J. L. E. Dreyer (1852-1926), compilador do New General Catalogue of Nebulae and Clusters of Stars e seus suplementos (Encyclopedia Britannica)



SAA100 (.PDF, 439KB): há objectos do mais recente e vasto acervo NGC/IC (com milhares de objectos, compilado por J. L. E. Dreyer) e de outros catálogos que são recomendados ou considerados imperdíveis para a prática amadora (não tendo sido incluídos no Catalogue des Nébuleuses & des amas d'Étoiles de Messier). Em Março de 2000, iniciou-se uma sondagem dos outsiders favoritos no newsgroup sci.astro.amateur: “What are your favorite non-Messier objects for 8–12" telescopes?" (intervalo de abertura foi estipulado em polegadas). Daqui resultou a lista disponibilizada.

 

Herschel 400 (.PDF, 3.14MB): uma selecção de objectos do extenso e célebre catálogo, cruzando c/ designações NGC e incluíndo fotografias dos objectos. Criada c. 1980 no Ancient City Astronomy Club (St. Augustine, Flórida), a lista constitui a base de um progama da Astronomical League. A lista é também útil pois certos livros e guias mais antigos ainda incluem as designações herschelianas.

 

 

PRINCIPAIS CATÁLOGOS

 

(N.B. muitos objectos são elencados em mais do que um catálogo, e.g., o chamado Enxame de Ptolomeu: M7 / NGC6475 / Cr354)


M: Messier (Charles Messier), o catálogo básico (Messier 1774, 1780, 1780a, 1781, 1798; Méchain 1783, 1784). Listagem assumirá, após edições recentes baseadas na interpretação de documentação coeva, 109 ou 110 entradas.
NGC: New General Catalogue, J. L. E. Dreyer 1888. Muito vasto, utiliza dados das observações dos Herschel, de Dunlop, etc.
IC: Index Catalog, completa o anterior, 1895 e 1908, reimpressões 1912 e 1953. A informação dos catálogos NGC/IC vem sendo, ao longo dos anos, amiudadamente corrigida e refinada. (Listagem abrev. convencionais, .PDF, 46KB)
Mel: Melotte, Philibert J. Melotte, 1915. enxames de estrelas, a partir das placas fotográficas de Franklin-Adams.
Cr: Collinder, Per Collinder, 1931, Catálogo de enxames abertos.
C: Caldwell, Sir Patrick Caldwell-Moore, 1995, complementa o catálogo de Messier (que não havia sido concebido para a observação do céu profundo), acrescentando objectos interessantes, também do Hemisfério Sul, organizados segundo a sua Declinação.
St: Stock, Jürgen Stock, catálogo de enxames abertos.
Tr: Trumpler, R.J. Trumpler, 1930, distâncias e distribuição dos enxames abertos.
B: Barnard, compilado por E.E. Barnard em 1927. Catálogo de 349 nebulosas escuras.
LDN: Lynds, Beverly Lynds, Catalogue of Dark Nebulae (1962). Nebulosas escuras, a partir de dados National Geographic-Palomar Observatory Sky Atlas.

 

 

TIPOLOGIA

 

- Enxames Abertos: jovens grupos de estrelas (principalmente quentes e azuis), constantemente perturbados pelas forças gravitacionais em interacção e pelas estrelas vizinhas. Devido a esta instabilidade, nos enxames típicos as estrelas dispersam-se após um período inferior a um bilião de anos. Um agrupamento muito disperso designa-se Associação (10 - 100 estrelas espalhadas por uma área que mede algumas centenas de anos-luz).
- Enxames Globulares: Acredita-se que surgiram em conjunto com as galáxias pois, na maior parte dos casos, habitam um halo galáctico fora do plano equatorial. Provecta idade, estáveis e concentrados (esféricos, com fortes ligações gravitacionais). Contém alguns dos objectos mais velhos do Universo.
- Nebulosas Planetárias: neste tipo de nebulosa observa-se um invólucro brilhante de plasma e gás ionizado em expansão, emanado de uma estrela central. O nome radica numa suposta aparência "planetária", assim interpretada nas observações telescópicas pioneiras.
- Nebulosas: amplas áreas repletas de gases e poeiras. Podem ser de Reflexão, Emissão, Remanescentes de Supernova e Escuras). As Nebulosas de Reflexão não possuem luminosidade intrínseca, espelhando a luz de estrelas vizinhas. No caso das Nebulosas de Emissão, os gases são ionizados pela forte emissão ultravioleta das estrelas quentes da vizinhança. Deste modo, as nebulosas emitem fotões em comprimentos de onda específicos. Obviamente, algumas nebulosas combinam ambas os processos previamente referidos (emissão/reflexão). Os remanescentes ou restos de Supernova, notáveis invólucros de gás, são (como o nome indica) os "restos mortais" de uma estrela que colapsou numa violenta explosão. As Nebulosas Escuras ou de Absorção são nuvens interestelares, moleculares, manchas que impedem que vejamos o fundo de estrelas e objectos mais distantes.
- Galáxias: são vastos sistemas estelares independentes. Uma galáxia é uma cité stellaire, como dizia Pierre Rosseau. Numa escala avassaladora, incluem biliões de estrelas. Numa expressão ainda mais célebre, cada uma é um “Universo-ilha”.
- Estrelas Variáveis: são estrelas cuja luminosidade varia numa escala de tempo. Esta variação não representa somente flutuações normais de grandes conjuntos de partículas em movimentos turbulentos mas apresenta amplitudes mensuráveis com um certo grau de regularidade.
- Estrelas Duplas/Múltiplas: na astronomia observacional, uma Estrela Dupla ou dupla visual é um par de estrelas que parecem próximas uma da outra no céu. Isto pode acontecer porque o par forma um sistema binário de estrelas em órbita recíproca, gravitacionalmente ligadas uma à outra, ou por causa de um alinhamento casual. Uma Estrela Múltipla é um sistema constituído por três ou mais estrelas que, vistas da Terra, parecem estar muito próximas entre si.
- Asterismos: simples padrões reconhecíveis, fenómenos de perspectiva, estrelas não fisicamente relacionadas.

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

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