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A UAI, União Astronómica Internacional (IAU) é a autoridade reconhecida para atribuir designações a corpos celestes, como estrelas, planetas, satélites naturais e planetas menores, incluindo os nomes de eventuais características de superfície. Em resposta à necessidade de evitar ambiguidades, foram criadas convenções para a nomeação sistemática de sistemas de objetos de vários tipos. Remetemos para as páginas relevantes no sítio da UAI pois os aspectos normativos são complexos e abarcam uma enorme diversidade de objectos, das estrelas aos planetas anões, dos cometas aos exoplanetas. Também sugerimos este resumo (.PDF, 158KB) que apesar de datado é ainda (provavelmente) o mais completo em Português (Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, 1987, XX-XXXII). A
maioria das estrelas brilhantes visíveis a olho nu possui um ou mais
nomes tradicionais, antigos, com complexo percurso e etimologia. A
ortografia não era obviamente padronizada e a atribuição dos nomes era
amiudadamente imprecisa ou equívoca (transliterações "criativas" dos
nomes arábicos, objectos
alternativos com o mesmo nome, "migração" da designação, i.e. nomes que se referiam originalmente a outras estrelas, asterismos ou até constelações, etc.).
Todavia, a tradição dos
atlas impressos, restante literatura especializada e o uso persistente acabou
por, de algum modo, "fixar" nomes e grafias. Não se trata de questão
cientificamente minimamente relevante, excepto na perspectiva histórica, vide Paul Kunitzsch e Tim Smart, A Dictionary of Modern Star Names (Sky & Telescope, 2006). Complementarmente, um pequeno número de estrelas cientificamente interessantes pode possuir nome individualizado. Por exemplo, a Estrela de Barnard possui o movimento próprio mais acentuado de entre todas as estrelas, tornando-se assim notável mesmo sendo demasiado ténue para poder ser vista a olho nu. Noutros casos "recuperaram-se" (com duvidoso rigor) nomes arqueológicos que passaram a ser utilizados (e.g., Nunki ou Sargas, com origem na Mesopotâmia) ou criaram-se novos nomes. Entretanto, a UAI não resistiu à mundividência prevalecente e criou o Working Group on Star Names (WGSN). Propõe abordagem "multiculturalista" (como se a tradição o não fosse desde sempre) e publicou um elenco repleto de "pérolas" provenientes das mais diversas culturas (na transliteração dos nomes chineses a grafia pinyin é preferida), com todas as regras que esperaríamos de semelhante abordagem (a "diversidade cultural", os nomes não podem ser "ofensivos" em qualquer idioma, etc.). Redundante e fútil. Na prática: no início do século XVII, Johann Bayer introduziu um sistema de designação das estrelas mais brilhantes em cada constelação através do uso de letras gregas (e em menor grau de letras latinas) ainda muito utilizado. A numeração das estrelas, método gizado por John Flamsteed (todavia, os números que actualmente se utilizam são os que apareceram no almanaque de 1783 de Joseph Jérôme de Lalande), também permaneceu popular. Outros catálogos mais recentes e completos promoveram a utilização de novas classificações normalizadas (HD, SAO, HR, TYC, etc.). Em suma, as estrelas mais brilhantes são, informalmente, identificadas pelos nomes consolidados por séculos de utilização, A sua identificação concreta e inequívoca ignora-os e respalda-se, evidentemente, na sua catalogação científica.
Resenha dos mais proeminentes catálogos: M:
Messier (Charles Messier), a incontornável lista que procurou coligir
os objectos que podiam ser confundidos com cometas (Messier 1774, 1780,
1780a, 1781, 1798; Méchain 1783, 1784). Listagem final assumirá, após
edição mais recente, 109-110 entradas.
O
nome de um cometas é tradicionalmente atribuído em função do seu
descobridor (pode incluir até três apelidos) ou de quem o identificou
ou calculou a sua órbita (sendo o exemplo de Edmond Halley o mais
relevante cientifica e historicamente, tratando-se da descoberta da
(eventual) periodicidade
destes objectos e a confirmação do primeiro cometa nesta categoria
("1P"), uma honra póstuma e tempestiva que nomeou o cometa "1P" com o
nome do sábio Inglês). Hoje em dia, é muito mais comum designação
denunciar o equipamento ou satélite envolvido na descoberta (NEAT, NEOWISE, ATLAS, PANSTARRS, ZTF, etc.), pois a pesquisa alcançou uma sofisticação tecnológica (nomeadamente digital) inimaginável até meados do século passado.
Actualmente, quando um cometa é descoberto e confirmado, o Central Bureau for Astronomical Telegrams anuncia-o em nome da UAI e é dada uma designação de acordo com o seguinte padrão (ao abrigo da Resolução C.5 aprovada pela UAI em 1995): Um prefixo, dependendo do tipo de cometa: P/ para um cometa periódico. C/ para um cometa não periódico. X/ para um cometa cuja órbita não pode ser calculada. D/ para um cometa periódico que não existe mais ou que é considerado como tendo desaparecido. O ano da descoberta. Uma letra maiúscula identificando a metade do mês de observação durante esse ano (A para a primeira metade de Janeiro, B para a segunda metade e assim por diante). Um número que representa a ordem de descoberta dentro desse meio mês. Como exemplo, o terceiro cometa descoberto na segunda metade de Janeiro de 2013, e classificado como periódico, seria designado como P/2013 B3
- Alguns exemplos e curiosidades na nomenclatura de objectos do Sistema Solar
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